A "Dança" do Poder ninguém segura! Isso é uma vergonha! Vejam só, a santa "inocência" de Peluso! Ela "não sabia"? (Olinda)
__________________________
Envolvido com o contraventor Carlinhos Cachoeira, o senador Demóstenes Torres
(sem partido-GO) não negligenciou suas relações com a cúpula do Poder
Judiciário, mais especificamente o Supremo Tribunal Federal (STF), onde possui
foro e será julgado criminalmente. Depois de ver o então presidente do STF,
Cezar Peluso, constrangido a demitir a assessora Márcia Maria Rosado de um cargo
de confiança no tribunal, o senador a contratou para outro cargo comissionado no
Senado.
Peluso havia nomeado Márcia Maria Rosado e o marido dela - José Fernando
Nunes Martinez - para postos de confiança logo depois de assumir a presidência
do Supremo. A contratação de ambos, que não tinham vínculo com o STF,
desrespeitaria a súmula aprovada pelo próprio STF, que vedou a prática do
nepotismo. Por isso, Peluso foi obrigado a exonerá-la em julho de 2010.
Meses depois, Maria Rosado foi nomeada assistente parlamentar com lotação no
gabinete de Demóstenes. Quando eleito líder do DEM na Casa, o senador levou
Maria Rosado para a liderança da legenda, onde ela permanece mesmo após a
renúncia do senador à liderança.
Peluso afirmou que ele não pediu a Demóstenes que contratasse Maria Rosado.
"Como também não sabia que ela tinha ido pra lá", afirmou o ministro.
Por meio da assessoria do DEM, Maria Rosado afirmou que no passado levou seu
currículo para ser avaliado e Demóstenes teria decidido contratá-la por causa de
sua experiência profissional. Ela negou qualquer relação entre sua saída do STF
e a nomeação no Senado.
Contatos. Com esse tipo de ação e por ter sido presidente da Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ), Demóstenes montou uma rede de contatos no
Judiciário. Nas gravações feitas pela Polícia Federal, o senador ressalta que é
importante para ele e Cachoeira manter relações próximas com integrantes dos
tribunais superiores.
Demóstenes tentaria usar esses contatos a favor dos interesses do esquema. Na
época das gravações, comentou um ministro do tribunal, não era possível imaginar
que Demóstenes usaria a porta aberta com integrantes da Corte para auxiliar a
atuação de Cachoeira.
A defesa do senador informou, em nota ao Estado, que recebeu o currículo de
Maria Rosado, "dentre tantos outros diariamente recebidos em seu gabinete, tendo
este se destacado pela qualidade". Afirma ainda que o parlamentar "jamais
empregou alguém a pedido de qualquer Ministro" e que ela "correspondeu
plenamente às expectativas".
O senador Humberto Costa (PT-PE) pediu ontem a abertura de processo por
quebra de decoro contra o colega Demóstenes Torres (ex-DEM, atualmente sem
partido). A tendência é que o Conselho de Ética aceite, na semana que vem, o
pedido do relator e leve adiante o procedimento disciplinar.
Será o primeiro passo para a cassação do mandato de Demóstenes, apontado pela
operação Monte Carlo, da Polícia Federal, como um dos integrantes da organização
do contraventor Carlos Augusto Ramos, conhecido por Carlinhos Cachoeira.
A votação do relatório de Humberto Costa com o pedido de abertura de processo
está marcada para a próxima terça-feira. Se a vontade dele for seguida, será o
primeiro processo aberto contra um senador desde 2007, quando Demóstenes ainda
se posicionava como um dos principais defensores da ética na Casa.
Em um parecer de 63 páginas, o relator argumentou que Demóstenes "faltou com
a verdade", o que configura quebra de decoro, ao afirmar que foi contra a
legalização dos jogos de azar no País e só mantinha "relações sociais" com
Cachoeira, em discurso feito em 6 março último, no plenário do Senado. Na
ocasião, Demóstenes subiu à tribuna para explicar o recebimento de presentes de
casamento de Carlinhos Cachoeira.
Fonte: ESTADÃO.COM.BR - de 04/05/2012
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,senador-abrigou-no-seu-gabinete-servidora-demitida-por-peluso,868448,0.htm
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui o seu comentário. Obrigada.