sábado, 22 de junho de 2013

E se marchássemos contra o silêncio do Judiciário?

PARA SE REFLETIR...
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Por Luiz Mário Seganfreddo Padão (OAB/RS 33.602), advogado
E se marchássemos contra o silêncio do Judiciário? Contra os inúmeros processos entulhados nos escanhinhos e escrivanias dos serventuários de Justiça? Contra a absoluta desestrutura que corrompe os sonhos de última esperança em um Estado democrático? Contra a passividade em que juízes, promotores e nós, advogados, num contexto judiciário inerte e absolutamente falido, assistimos atônitos, no passar dos dias, os percalços processuais de um sistema engessado e não funcional ? Sistema que tirou não só a crença de sua população, mas dos próprios operadores do Direito ?
A quem interessa a falência do Poder Judiciário? A quem interessa a aprovação da PEC nº 37?
Há um grito geral da população contra tudo e contra todos, por anos de inércia e usurpação da inteligência alheia, em conluios políticos e de empresários, na ganância e no afã de projetarem lucros cada vez maiores, sem uma contrapartida digna a nós, “simples mortais”.
Quem marcha? E por que marcham?
Os estudantes, mais uma vez, levantam a bandeira do País para que possam ter a possibilidade de concretizar seus sonhos no desejo imaginário de um futuro melhor, sem medo, sem partido, sem compromisso, com a coragem que nos faz refletir minimamente do porquê somos tão omissos com tudo de errado que nos cerca.
Dos políticos que são execrados e muitos execráveis e que voltam à mídia, com a mesma normalidade e aparência de dignidade, de homens de bem que retratam a “injustiça” ao qual foram submetidos. Da falta de imparcialidade existente em muitos meios de comunicação. A quem interessa tudo isso?
Quem acredita na possibilidade de um juiz analisar uma carga de trinta mil processos a que é submetido? Como exemplo nas varas da Fazenda Pública de Porto Alegre/RS, como se pode admitir tal descalabro? Por que não reagimos!
Em tudo o que ocorre, no verbete popular, quem marcha é a população e está na hora de se sentir o peso que encerra esta longa caminhada, uma jornada de indignação, que deve buscar a ampla reflexão para o bem de todos – e quem sabe, os operadores do Direito, conjuntamente, juízes, advogados, promotores e servidores em geral, possam iniciar essa jornada visando resgatar o Poder Judiciário e recolocá-lo como uma verdadeira Pilastra de um Estado democrático de direito.
Fonte: Espaço Vital:

terça-feira, 11 de junho de 2013

AB/RS quer aprovação imediata da lei estadual que permitirá divulgação de salários de servidores

"A divulgação nominal de todas as parcelas remuneratórias dos servidores é fundamental para o atual contexto de transparência absoluta das instituições públicas e que a sociedade tanto cobra", afirmou Bertoluci. 

O presidente da Ordem gaúcha, Marcelo Bertoluci, manifestou que a entidade requer a aprovação ágil e imediata da lei estadual que permitirá a divulgação de nomes e salários dos servidores dos Poderes Legislativo e Judiciário.

Nesta segunda-feira (10), a Assembleia Legislativa anunciou que já está apto para ser votado em plenário o PL nº 110/2013, da Mesa Diretora, que altera a Lei nº 13.507, de 31 de agosto de 2010, de forma a permitir a identificação pessoal da remuneração dos abrangidos pela Lei Estadual nº 13.507/2010. A partir da adequação à Lei de Acesso a Informações Públicas (Lei Federal nº 12.527/2011), a Assembleia publicará os nomes e salários dos servidores da instituição.

"A divulgação nominal de todas as parcelas remuneratórias dos servidores é fundamental para o atual contexto de transparência absoluta das instituições públicas que a sociedade tanto cobra", afirmou Bertoluci.

Segundo o presidente da OAB/RS, não é possível postergar a divulgação das informações. "A cidadania deve fiscalizar os gastos públicos, tanto em salários dos servidores quanto em investimentos realizados. Vamos mobilizar as nossas 106 subseções da OAB/RS para acompanharem a efetividade das Leis da Transparência e de Acesso à Informação no âmbito estadual e em todos os municípios gaúchos", ressaltou Bertoluci.

Tramitação

Após a matéria ser aprovada em plenário, será enviada ao governador do Estado. Conforme o artigo 66 da Constituição Estadual, o chefe do Executivo tem 15 dias úteis, contados a partir daquele em que recebeu o texto final do projeto aprovado, para sancionar ou vetar, no todo ou em parte, a proposição. Caso o governador não sancione nem vete o projeto nesse prazo, a promulgação pela Casa Legislativa é possível, cabendo ao presidente do Parlamento a iniciativa e, se ele não o fizer em 48 horas, caberá ao primeiro vice-presidente fazê-lo.

Se o governador vetar parte ou todo o texto do projeto, ele precisa voltar ao plenário da Assembleia Legislativa. Se o veto for aceito pelos parlamentares, é redigido um ofício que recebe a assinatura do presidente da Casa, para comunicar a decisão ao Executivo. Caso o veto não seja acatado pelos deputados, abre-se prazo para promulgação por parte do presidente da AL, devendo ser realizado em 48 horas, se o mesmo não o fizer, cabe ao vice-presidente promulgar em até 48 horas. Este último caso também é comunicado ao governador através de ofício.

Justificativa

Conforme consta na justificativa do PL 110/2013, o objetivo de alterar a Lei nº 13.507, de 31 de agosto de 2010, é para retirar a vedação de identificação pessoal na disponibilização, na internet, do quantitativo dos cargos públicos, ocupados e vagos, tanto os de provimento efetivo, quanto os em comissão, funções gratificadas, empregos celetistas e estágios, existentes ou a preencher, em todos os Poderes, abrangendo a administração direta, indireta e órgãos vinculados, inclusive os detentores de mandatos eletivos, os membros de Poder, bem como os inativos e pensionistas pagos pelo Tesouro do Estado.

Com informações da ALRS

Rodney Silva
Jornalista – MTB 14.759

Fonte: Jornal da OAB/RS – de 11/06/2013

Honorários aviltados por magistrados: um dos maiores cânceres da Advocacia !

Publicado em terça-feira, 11 de junho de 2013   



er - JC/RS

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Marcelo Bertoluci, presidente da OAB/RS

Por Marcelo Bertoluci,
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residente da OAB/RS

Nestes quase seis meses à frente da OAB-RS, a nossa diretoria vem trabalhando de forma incansável para dar continuidade às ações da gestão Claudio Lamachia, aperfeiçoar iniciativas e inovar em outros projetos. Uma das principais bandeiras é a sintonia de ideias com o Conselho Federal da OAB. Tanto que muitas atuações gaúchas foram encampadas no âmbito nacional, tais como as bem-sucedidas experiências pioneiras no Brasil, Ouvidoria de Honorários e Caravana das Prerrogativas. 
Aliás, como presidente da Comissão de Defesa, Assistência e das Prerrogativas da OAB-RS, na gestão passada, percorri as 106 subseções, reunindo os advogados em audiências públicas, para conhecer as suas reais necessidades quanto às prerrogativas.
Recentemente, no Colégio de Presidentes de Seccionais da OAB, em Belém do Pará, fomos elogiados pela realização do projeto das Caravanas, que será implantado pelo Conselho Federal da OAB, como parte da Campanha Nacional pela Dignidade dos Honorários. Isso demonstra que continuamos na vanguarda. 
Mais uma vez, com pioneirismo entre as seccionais, criamos a Procuradoria Regional de Defesa das Prerrogativas, com o objetivo de instrumentalizar as ações da entidade, na defesa do exercício profissional, e para combater um dos maiores cânceres da Advocacia: o arbitramento de honorários irrisórios. Inclusive, conheci ainda mais essa situação degradante do aviltamento, durante as viagens da Caravana das Prerrogativas, que, agora, inicia sua segunda edição pela OAB/RS. 
No âmbito administrativo, temos o desafio de efetivar um sistema de gestão para dar continuidade à ampliação da qualificação funcional e do aprimoramento do atendimento aos advogados. Por isso, tenho visitado os Foros da Capital para verificar ´in loco´ os serviços prestados desde a Restinga ao Sarandi.
A realização do Seminário de Gestão, reunindo dirigentes de todas as subseções, focou justamente o aperfeiçoamento das ações do sistema OAB – que é integrado ainda pela Escola Superior de Advocacia e pela Caixa de Assistência dos Advogados – braços essenciais de educação continuada e de benefícios ao advogado e seus familiares. Assim, o sistema OAB visa atuar de forma conjunta na inclusão dos advogados no processo eletrônico e na ampliação da certificação digital. 
Realidade desde 2007, a transparência das contas da OAB-RS foi ampliada. Não recebemos verbas públicas, tendo um compromisso com cada advogado em dia com sua anuidade, a partir da divulgação de todos os balanços financeiros. Também transparente, o Tribunal de Ética e Disciplina está buscando maior agilidade processual, pois devemos dar exemplo à cidadania. Ainda criamos a Coordenadoria das Comissões, visando à inter-relação de ações estratégicas. 
O caminho da interiorização continua firme por meio da Coordenadoria das Subseções, que está colhendo informações em cada OAB, para um amplo diagnóstico e planejamento estratégico das necessidades estruturais da Advocacia em todo o Estado. Inauguramos, em Torres, a primeira sede de OAB da gestão, demonstrando o avanço do “Projeto Nenhuma Subseção Sem Sede”,que reforça a valorização da Advocacia. Com o mesmo objetivo, lançamos os novos saites da OAB-RS, CAA-RS e ESA, e, de forma inédita entre as seccionais, disponibilizaremos portais padronizados para as subseções. O compartilhamento de informações proporcionará maior interlocução entre a classe. 
Com a crescente dificuldade de prestação jurisdicional no Estado, buscamos no Conselho Nacional de Justiça, em parceria com o Conselho Federal da OAB, mais uma prorrogação dos prazos para a estatização de cartórios, tendo em vista a falta de servidores e o agravamento da morosidade processual, que prejudica a cidadania e a advocacia. Por outro lado, a classe já pode comemorar outro pleito da OAB-RS: a conquista de 30 dias de férias na Justiça do Trabalho, a exemplo da Justiça Estadual em 2012. 
Na dolorosa tragédia de Santa Maria, a Ordem gaúcha foi até lá prestar solidariedade e apoio às famílias das vítimas. Além disso, mobilizamos nossas 106 subseções do Estado para cobrarem mais efetividade dos municípios na fiscalização da prevenção dos incêndios. Criamos a Comissão Especial de Acompanhamento e Fiscalização de Procedimentos de Prevenção de Incêndio e Outras Calamidades, tendo o compromisso com a sociedade, ainda fortemente abalada, de também contribuir para a apuração dos responsáveis e para o aprimoramento da legislação estadual sobre o tema. Nossa atuação, inclusive, foi reconhecida em homenagem prestada pela Cruz Vermelha Brasileira.  
Ainda no campo institucional, a OAB/RS, acompanhada das demais entidades signatárias das denúncias à Corte de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos, esteve, mais uma vez, no Presídio Central de Porto Alegre, para vistoriar o maior depósito de pessoas do Rio Grande do Sul. Um lugar que se constituiu em um viveiro da criminalidade e está muito distante de cumprir o seu papel de ressocialização do ser humano. 
Para a melhoria do sistema carcerário são necessários recursos por parte do Poder Público, que, por sua vez, está combalido para a realização de investimentos, muito em razão da grande verba direcionada para o pagamento da impagável dívida com a União. Nesta linha, defendemos um novo pacto federativo. Em ato público, realizado em Brasília, mostramos que esse problema é de interesse de todos os entes da federação – estados e municípios. 
Entretanto, a dificuldade para realização de investimentos não pode servir de argumento para o saque de R$ 4,2 bilhões dos depósitos judiciais para o caixa único da administração estadual. Nosso posicionamento foi de contrariedade à tomada desses valores que, ao fim e ao cabo, pertencem ao cidadão que litiga em juízo. 
Tenho vivido intensamente este grande desafio, que é fortalecido pela experiência dos que me antecederam e pela renovação constante dos integrantes da seccional. A integração e a harmonia de ideias entre conselheiros, dirigentes de subseções e representantes das comissões são fundamentais, contribuindo para o diálogo permanente, a construção do bem-estar da advocacia e a defesa de uma sociedade mais justa e democrática. O primeiro Colégio de Presidentes de Subseções da gestão, realizado em Novo Hamburgo, demonstrou a sintonia de trabalho em benefício da classe. 
Conclamamos a classe para continuarmos sempre unidos, superando limitações, vencendo, na continuidade, todas as empreitadas, numa gestão compartilhada com todos os advogados gaúchos.
Fonte: Espaço Vital