Medidas custarão 3,4 bilhões de reais e têm como objetivo evitar efeitos da
crise financeira. Ainda assim, ministro admite reduzir previsão do PIB
O Ministério da Fazenda anunciou nesta segunda-feira um pacote de medidas
para aquecer o consumo e combater os efeitos da crise financeira internacional.
Entre as medidas, que beneficiam o setor automotivo e a produção de bens de
capital, está uma redução de até sete pontos porcentuais do Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI) para a venda de carros. As medidas valem até 31
de agosto (veja tabela).
Como continua valendo o regime automotivo especial, que beneficia a maior
parte dos veículos fabricados no país com um corte de 30 pontos percentuais no
IPI, um carro 1.0 nacional, que tinha IPI de 7%, passa a ter isenção da
taxa.
Sem considerar o regime especial, o IPI de carros de até 1.000 cilindradas
(1.0) passará de 37% para 30%; na faixa de 1.000 (1.0) a 2.000 (2.0)
cilindradas, a redução é de 43% para 36,5% (carros a gasolina) e de 41% para
35,5% (bicombustíveis). Para os utilitários, o corte é de 34% para 31%. A
renúncia fiscal prevista é de 1,9 bilhão de reais no período.
O pacote foi discutido com os bancos e com as montadoras. As fábricas se
comprometeram a reduzir o preço dos automóveis. Para veículos de até 1.000
cilindradas, haverá redução de 2,5%. Os carros entre 1.000 e 2.000 cilindradas
terão o preço cortado em 1,5%. Para os utilitários, redução será de 1%. As
companhias também devem realizar promoções especiais no período.
"O resultado esperado para essas medidas é a redução do custo do
investimento. Em segundo lugar, a redução do preço dos veículos ao consumidor. É
mais uma medida para garantir a continuação do crescimento econômico num momento
de crise na economia internacional, onde o governo tem que tomar mais medidas de
estímulo para rebater a influência dos problemas", afirmou o ministro da
Fazenda, Guido Mantega, durante entrevista coletiva.
Crédito - De acordo com Mantega, os bancos públicos e
privados se comprometeram a aumentar o volume de crédito para o financiamento de
veículos, além de elevar o número de parcelas e reduzir o valor da entrada e dos
juros dos empréstimos. Como contrapartida, Banco Central vai liberar parte do
valor compulsório recolhido pelos bancos, o que deve facilitar a concessão de
crédito. Essa medida não tem prazo de encerramento.
Outra medida do pacote é a redução no Imposto sobre Operações Financeiras
(IOF) para o crédito para pessoa física: de 2,5% para 1,5%, o que provocará uma
renúncia fiscal de 900 milhões até o fim de agosto.
Incentivo - A segunda parte do pacote trata de incentivos à
aquisição e à exportação de bens de capital. O Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) vai reduzir as taxas de juros cobradas no
pré-embarque de empresas exportadoras (9% para 8% ao ano), as taxas cobradas
para aquisição de máquinas e equipamentos por empresas (de 7,3% para 5,5% ao
ano) e as taxas cobradas por participantes do programa Pró-Engenharia (de 6,5%
para 5,5%). O prazo de financiamento para a compra de caminhões por pessoas
físicas também será estendido. O custo dessa parte do pacote está previsto em
619 milhões de reais. Essas medidas também valem até 31 de agosto.
"As medidas são o resultado de um compromisso assumido entre o setor privado,
o setor produtor e o setor financeiro. Cada um deles se juntou e nos unimos para
estabelecer medidas para que cada um desse a sua contribuição no sentido de
reduzir o custo dos produtos", disse Mantega.
PIB - Apesar do pacote, o
ministro Mantega admitiu que o Produto Interno Bruto (PIB) dificilmente crescerá
em 2012 os 4,5% previstos pelo governo. "É mais difícil agora crescer 4,5% no
ano como um todo. Porém, a aceleração da economia virá, porque nós tomamos
várias medidas que demoram a fazer efeito", disse ele. Nesta segunda-feira, um
novo
relatório divulgado pelo Banco Central mostrou que a perspectiva
dos economistas para o resultado do PIB caiu ainda mais e chegou a 3,09%.
Fonte: Veja
Leia mais => http://veja.abril.com.br/noticia/economia/governo-reduz-ipi-para-carros-em-novo-pacote
__________________________
Não temos eleições este ano? ... hummmm.... Não precisa explicar, já entendi! (Olinda)