A
campanha por eleições diretas para o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do
Brasil, capitaneada pelo presidente da seccional fluminense da entidade, Wadih
Damous, abre portas à corrupção por não discutir o financiamento das campanhas.
Essa é a opinião do pré-candidato ao cargo atualmente ocupado por Damous, Luciano
Viveiros.
O
advogado, que angariou 5,39% dos votos nas últimas eleições para a OAB-RJ,
alega que o custo de uma campanha nacional, com os candidatos à presidência do
Conselho Federal sendo forçados a fazerem seus nomes conhecidos do Oiapoque ao
Chuí, seria exorbitante. “Com a falta de regras para financiamento, corremos o
risco de ver no jornal escândalos como o do Carlinhos Cachoeira, só que
envolvendo financiamento de campanhas para a OAB”, diz.
Para
Viveiros, a melhor solução é engavetar o Projeto de Lei 2.916/2011, do deputado Hugo
Leal, cuja tramitação tem sido apressada pelo movimento chamado de
"Diretas Já". Seu posicionamento, diz, não é contrário às eleições
diretas, mas sim ao modelo sugerido, que deixa em aberto a questão do
financiamento, que, segundo o advogado, já é uma caixa preta.
Nas
últimas eleições, Viveiros calcula ter gastado cerca de R$ 100 mil, mas afirma
que as campanhas de seus oponentes gastaram milhões. “Quando falo para alguém
que vou concorrer, me perguntam se eu já tenho R$ 1 milhão no bolso. Acho isso
afrontoso!” Viveiros calcula que, caso as eleições para o Conselho Federal dependessem
do voto de todos os advogados, os custos de campanha “chegariam a R$ 100
milhões”.
A
criação do movimento Diretas Já é visto com ressalvas pelo advogado. “Essa
pressa toda [em aprovar o projeto de lei] é porque o presidente da OAB-RJ vai
ser candidato a presidente do Conselho Federal e quer que o projeto do Hugo
Leal seja votado antes da sua candidatura”, afirma Viveiros.
O
modelo ideal, o pré-candidato diz ter em mãos, mas só vai torná-lo público
quando colocar a campanha na rua, em junho. O motivo para isso, segundo ele, é evitar
que outras chapas se apropriem da ideia antes da campanha começar.
Viveiros
é o segundo pré-candidato à presidência da OAB-RJ a se apresentar. Até então, o
único esperado na disputa era Felipe Santa Cruz, atual presidente da Caixa de
Assistência do Advogado do Rio de janeiro, a Caarj. O próprio Wadih Damous
havia manifestado desconforto com a possibilidade de eleição com chapa única.
Na
última eleição, ele diz ter ficado com poucos votos por ter sido sua primeira
experiência com capanha e por ter entrado “às pressas, no meio do processo”.
Neste páreo, espera estar mais preparado.
Regulamentação
futura
O atual presidente da seccional fluminense, Wadih Damous, afirma que o projeto de lei em questão não tem fim em si mesmo e que, depois de aprovado, terá de ser regulamentado, "talvez pela própria OAB". Damous disse ser a favor do financiamento público das campanhas e da transparência. "Somos críticos do abuso do poder econômico", afirma o advogado.
O atual presidente da seccional fluminense, Wadih Damous, afirma que o projeto de lei em questão não tem fim em si mesmo e que, depois de aprovado, terá de ser regulamentado, "talvez pela própria OAB". Damous disse ser a favor do financiamento público das campanhas e da transparência. "Somos críticos do abuso do poder econômico", afirma o advogado.
Sobre
a afirmação de que estaria apressando a votação do projeto em benefício
próprio, Damous nega. "Não sou presidente da Câmara nem do Senado, não
tenho poder para apressar nada e sei que, como é ano de eleições, é provável
que o projeto não seja votado este ano." Ele finaliza com uma alfinetada:
"O doutor Viveiros tem que correr atrás de voto".
Fonte: Consultor
Jurídico
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