Apesar de dizer não acreditar no esquema de compra de votos, ex-presidente
afirma que respeitará decisão do STF
27 de agosto de 2012 | 3h 09
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Ele não sabia... rsrsrs.... Hammm... Ora, se "o mensalão nunca existiu", como 'alguém' vai ser punido? Contraditório, não? (O. F.Paul)

BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
O jornal americano The New York Times publicou ontem em sua edição impressa
entrevista com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o título
Ex-presidente brasileiro volta à linha de frente. À reportagem, o petista disse
acreditar que "o mensalão nunca existiu". Argumentou ainda que seu governo não
precisaria comprar votos em troca de apoio, porque possuía maioria parlamentar
no Congresso.
Lula afirmou que respeitará a decisão do Supremo Tribunal Federal sobre o
assunto: "Caso alguém seja culpado, deverá ser punido e se alguém for inocente,
deverá ser absolvido".
O texto comenta a polêmica envolvendo o ministro do STF, Gilmar Mendes, que
diz ter sido pressionado por Lula para adiar o votação do julgamento. A
publicação americana destaca também que as denúncias de corrupção surgiram em
2005, mas que só agora estão sendo julgadas, e interpretou a demora de sete anos
como "reflexo do ritmo lento da Justiça brasileira".
O escândalo é descrito como um dos momentos mais graves enfrentado pelo PT. O
ex-ministro da Casa Civil José Dirceu é citado como um dos principais
personagens do caso. O termo "mensalão" foi chamado de "um grande subsídio
mensal" para a compra de votos.
O tratamento do câncer na garganta e as sucessivas sessões de radioterapia
que deixaram o brasileiro sem sua barba-símbolo deram o tom da abertura do texto
em versão online do jornal, que explicou que após o diagnóstico médico de
regressão do tumor, Lula engajou-se nas eleições municipais.
Realizada em São Paulo, a entrevista tratou ainda da sucessão presidencial de
2014. Lula respondeu que a presidente Dilma Rousseff é sua candidata e descartou
a possibilidade de que ele próprio concorra ao Palácio do Planalto na próxima
disputa. Mas, relatou o jornal, no páreo de 2018, quando ele tiver 72 anos, a
conversa pode ser outra já que "seu gosto pelo jogo político permanece
inalterado". Lula admitiu que a política é sua "paixão" e que "não é tarefa
fácil saber como agir no papel de ex-presidente".
Sobre a Europa, Lula disse ao jornalista estrangeiro Simon Romero: "Eu sei
que a Europa não gosta quando oferecemos nossa opinião sobre a crise deles. Mas
quando a crise é no Brasil eles sempre têm algo a dizer".
A trajetória de migrante e ex-torneiro mecânico é descrita em detalhes. Assim
como sua atuação na Presidência de um país que viveu um bom momento econômico,
de crescimento expressivo.
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Fonte: ESTADÃO.COM.BR
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,destaque-no-nyt-lula-volta-a-negar-mensalao-,922189,0.htm
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